sexta-feira, 1 de agosto de 2014

[Filme} A Árvore da Vida



A Arvore da Vida: É necessário estômago sensível a arte para digerir do seu fruto


Existem certos filmes cuja proposta é extrema e ao mesmo tempo simples: Ou o ame ou odeie. Um exemplo formidável do caso seria o longa dirigido por Terrence Malick em 2011, "A Arvore da Vida". Partindo de recursos artísticos sofisticados, como a fotografia celestial e a narração em off cúmplice da trilha-sonora clássica, a proposta da película é discutir o relacionamento entre pais e filhos, ao mesmo tempo que se afunda em questões existenciais.

A resultante desta aposta ousada é uma obra-prima bela, cheia de referências bem sobrepostas e definitivamente despreocupada com a expectativa ou com o desconforto do espectador. Sim, o desconforto é inevitável a quem recorre ao filme esperando encontrar apenas uma bonita e ágil história protagonizada por Brad Pitt(eu, por exemplo, na primeira vez que assisti): Lá existe muito mais que isso, mas é necessário paciência e sensibilidade para se deixar envolver-se pela narrativa, afinal o filme prioriza os detalhes. Também é realmente notável como o conjunto de componentes principais do filme estão perfeitamente alinhado: O roteiro, a direção, a invejável iluminação e o elenco.
       
Ah, o elenco. Se alguém ainda tem dúvida do talento do Brad, este filme serve como uma boa resposta: Com uma performance metódica e dedicada, ele honra o complexo papel que seria originalmente de Heath Ledger, se não fosse em ocorrência de sua morte, alguns anos antes. Seann Penn também está espirituoso e reflexivo, mas entre os coadjuvantes, é a fantástica Jessica Chastain que rouba a cena, apoiada na louvável profundidade de sua personagem.
       
Em meio há tanta beleza, familiaridade e nostalgia, muitos se perdem na busca por  mero entretenimento. E neste jardim não há "não temos agora, volte mais tarde". Desculpe, mas frutos ordinários são algo que "A Árvore da Vida" definitivamente nunca terá a oferecer.


AVALIAÇÃO: Muito bom


RECOMENDAÇÃO: Preste atenção nos garotos que abrilhantam a obra. Embora jogados prematuramente num filme que provavelmente só compreenderiam seu significado alguns anos depois, eles surgem na tela naturalmente expressivos e com uma graciosidade promissora.    

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